12 de julho de 2007

Destaques no programa

ViMus por este meio "difundir" um pouco da programação:

Estarão em competição ou exibição vídeos de países como EUA, França, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Canadá, Bélgica, Bielorrússia, Eslováquia, Austrália, Suécia, Finlândia, etc. E de grupos como U2, Morrisey, Beck, Bob Sinclair, Cassius, The Racounters, Kanye West, Fat Boy Slim, The Strokes, ou os portugueses Boss Ac, Sam the Kid, Coldfinger, Micro Audio Waves, Buraka Som Sistema, The Vicious Five, Valete, entre muitos outros.

De entre os realizadores com vídeos em competição destacamos: Floria Sigismondi, Samuel Bayer, Michel Gondry, Tim Burton, Drew Lightfoot, Rui de Brito, Ondrej Rudavsky, Chris Milk, Edouard Salier, Pedro Cláudio, Nima Nourizadeh, Bill Plympton, Kris Moyes, Oliver Pietsch, Philipp Hirsch, Claude Lelouch, entre muitos outros a descobrir.

Esta primeira edição será apadrinhada com a presença de José F. Pinheiro, pioneiro na realização de videoclipes em Portugal, através da 1.ª retrospectiva videográfica do seu trabalho (autor do videodocumentário "Brava Dança").

Espanha será o país em destaque nas sessões especiais internacionais, através da apresentação de uma retrospectiva de videoclipes espanhóis comissariada pelo realizador Luis Cerveró: "Eclectia: un Panorama del Videoclip Nacional Contemporáneo", com a presença dos produtores desta compilação.

Carlos Saura será outro nome em destaque através da apresentação da trilogia da canção urbana: "Flamenco", "Tango" e "Fados".

Em breve teremos mais novidades.

FLYER


"...uma espécie de prefácio"

"Não estamos fascinados pela expressão da imagem, mas sim pelo que podemos fazer com ela".

Era assim na década de 80. Volta a ser assim, na primeira década do século XXI. Com uma poderosa diferença: o " poder digital" está na rua, na ponta de uma câmara de telemóvel G4, ou aos ombros de um upload, ou numa estação de televisão com " milhões de canais" como o You Tube.

Os tempos interessantes que vivemos, "exigem" uma celebração da sua vitalidade, mas e ao mesmo tempo, um "porto de abrigo" das convulsões estéticas, económicas e tecnológicas que provocam, e a alucinante ruptura estruturante que anunciam...

Alguém disse um dia, que o acto de ver cinema exige uma espécie de sacralização ritualizada; por outro lado, ver vídeos musicais, é, ou melhor, era e apenas uma parte da experiência diária do espectador, um acto de magia branca, assente na inesgotável reprodução de efeitos tecnológicos, que pode ser usufruido em qualquer momento e lugar.

Os videoclipes não "assassinaram" a estrela de rádio, como anunciava a " cantiga" dos Buggles. Mas alteraram, como se fossem um "virus trojan" dos nossos dias, a velha ordem analógica, em que a indústria de conteúdos audiovisuais se alicerçou desde os anos 20 do século passado...

Não é necessária muita e delirante imaginação digital, para apreendermos que duas décadas depois, estamos numa encruzilhada semelhante: serão outros os inesgotáveis efeitos tecnológicos, é certo. Mas a sensação de novos tempos é exactamente a mesma: para muitos observadores, 2007, é uma espécie de ano zero, da "nova era": auto expressão em estilo G4; "Hollywood" caseira , na palma de um laptop...

Tempos assim, os dias digitais que vivemos, exigem um Festival. Como este que se apresenta em 2007, a partir da Póvoa de Varzim. Em Portugal.

Álvaro Costa
(jornalista)